13 de março de 2004

ESPANHA
Há umas décadas atrás, muitas, acho, o tecto da estação de combóios do Cais do Sodré abateu, por negligência ou apenas fatalidade. O filho único de uma amiga minha estava lá nesse instante. Era lindo, feliz e vivia cheio de projectos e sonhos. E assim se apagou, estendido no chão imundo de um sítio inesperado para morrer. Tinha 17 anos.
Algures no planeta, alguma organização há-de estar a soltar gritos de júbilo pelo sucesso da "missão"; aqui ao lado, partidos políticos com os olhos nos votos que vão ganhar com esta tragédia manipularão despudoradamente os eleitores... Mas, a mim, só me vem à cabeça a voz da minha amiga: "rebolava-me de dor, pelo chão, como um bicho por não acreditar que ele tinha assim morrido"...

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